“Quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Paulo Freire, no livro Pedagogia da Autonomia, 2006, p. 23
A caminhada vivenciada não foi feita de poucos desafios. O primeiro deles foi dar conta da formação de formadores para a atuação em áreas distintas: Ensino Híbrido e Sequência Fedathi, ao passo em que, como coordenadoras, precisávamos também nos (re)formar, no sentido Freireano do termo.
Não foi uma tarefa fácil, pois precisávamos desenhar as propostas de duas formações junto com os colegas formadores; refletir e analisar as mesmas propostas de forma coletiva e tecer o seu planejamento também de forma coletiva e colaborativa. Depois de idas e vindas, aprendizagens, erros e acertos, debates, medos, (re)planejamos e montamos as suas estruturas no ambiente Moodle, como os recortes de imagens nos mostram:
3 – Reunião de Planejamento – Formação em Ensino Híbrido
4 – Reunião de Planejamento – Formação em Ensino Híbrido
5 – Reunião de Planejamento Formação Sequência Fedathi
6 – Reunião de Planejamento – Formação Sequência Fedathi
7 – Reunião de Planejamento Geral das Formações
8 – Reunião de Planejamento Geral das Formações
Para isso, iniciamos encontros formativos, on-line e noturnos, discutindo as propostas formativas e, no mesmo período, montamos um grupo de estudo para discutir os textos sobre as temáticas (Confira nosso Baú Literário) que iam ser tratadas nas formações, de julho a dezembro de 2020. Tanto no grupo de formação de formadores, quanto no de estudo, contávamos com 22 participantes, discentes de Graduação, Mestrado e Doutorado e Pesquisadores vinculados ao Laboratório de Pesquisa Multimeios, profissionais provenientes de diferentes instituições de ensino, que discutiam conosco os andamentos das formações e faziam esta caminhada formativa como colaboradores.
Ambos os grupos se reuniam uma vez por semana, online, numa sala virtual, criada no ambiente Moodle/multimeios, em dias alternados, para que todos pudessem participar e contribuir com suas ideias. Esses momentos eram intensos e, ao mesmo tempo, muito importantes, para que as ideias, inicialmente, em brumas, fossem clareando, tomando cor e forma, adquirindo sentido e clareza, para o grupo, que foi aprendendo a se conhecer melhor, a ouvir o outro, a perceber o valor da fala e, principalmente, da escuta, que se fez e faz primordial num processo de planejamento colaborativo e coletivo.
As experiências de co-formação a multimãos foram de grande valia, pois, além de contribuírem com a aquisição do conhecimento sobre Ensino Híbrido e Sequência Fedathi, possibilitaram as vivências acerca da estruturação do ambiente virtual Moodle, o contato com os conteúdos que foram abordados e a compreensão e o uso do “saber” fedathiano aplicado aos contextos formativos em planejamento e em curso.
Assim, as ofertas das formações que compuseram o CICLO DE FORMAÇÃO DIDÁTICA CONTÍNUA E CONTINUADA, a saber, FORMAÇÃO EM ENSINO HÍBRIDO e FORMAÇÃO EM SEQUÊNCIA FEDATHI, decorreram da necessidade cada vez mais premente de contribuir para uma proposta formativa e curricular que fosse significativa, autônoma e coautoral, a partir dos pressupostos fedathianos.
Por isso, tencionou-se investigar o seu uso na concepção de ações de formação continuada, de natureza pedagógica, direcionada a um público de docentes e técnicos-administrativos da UNILAB, num primeiro momento, expandindo-se para as redes municipais de Redenção e Barreiras. Para dar conta dessa formação, elencaram-se algumas questões norteadoras, fruto da discussão partilhada, a saber: a. Como e qual tem sido o papel da formação no ensino híbrido? b. Como tem sido concebida a dimensão do aprender em modelos pedagógicos de formação adotados via ensino híbrido? c. Como o uso da Sequência FEDATHI se evidencia no desenho curricular da formação? d. Como os sujeitos participantes da formação podem incorporar as práticas da sequência FEDATHI nas propostas curricular, de ensino e aprendizagem assumidas pelos cursos em que atuam, em situações de ensino híbrido?
Consideram-se relevantes as pesquisas componentes desta ação porque, embora existam diversas investigações que contemplem ensino híbrido, há poucos estudos que se debruçam na formação continuada quanto a sua eficácia pedagógica, usando os pressupostos de uma sequência didática, no caso, a FEDATHI, sobretudo, para a construção de um desenho curricular para formações no formato de ensino híbrido e para o ensino colaborativo.
Ainda, com base nos pressupostos de Behar para o modelo pedagógico em EaD, apresentam-se as etapas da FEDATHI: tomada de posição, maturação, solução e prova, as quais podem nortear um modelo de currículo de formação de professores em ambientes virtuais. Cada uma delas – tomada de posição (mobilizar para o desafio apresentado), maturação (elaborar questões em face do desafio), solução (propor, apresentar e debater as possíveis respostas) e prova (sistematizar e organizar as ideias apresentadas) – devem visar ao delineamento da ambiência das pesquisas. Sabe-se que as configurações atuais têm gerado novas formas de sociabilidade, baseadas em novas regras de convívio, estudo e trabalho, pontuadas na colaboração.
Assim sendo, a ambiência tecnológica pede dos sujeitos novas formas de aprender e ensinar, requerendo a necessidade do estudo dos papéis assumidos por docentes, equipes técnicas e discentes, o conhecimento e o próprio ofício do ensino, de modo a superar modelos pedagógicos, inclusive adotados em EaD, que são massivos e têm sido usados como referências em práticas de ensino remoto, ensino híbrido, educação a distância, como se tudo fosse a mesma coisa.
Urgiu, dessa maneira, pensar em novas proposições voltadas ao âmbito formativo, sobretudo, na formação continuada de docentes e técnicos, que investigassem a tecnologia e o papel que lhes cabe no binômio docência-discência. Acredita-se que os estudos empreendidos foram relevantes por apresentar à sociedade, à instituição parceira e aos estudantes, experiências de proposta formativa diferenciada, ao mesmo tempo em que se comprometeu a cumprir o imperativo legal previsto quanto à formação e qualificação de professores e técnicos, numa situação de Pandemia de Covid-19.
Especificamente, um momento importante que contribuiu para escolha do tema da Formação em Sequência Fedathi se justificou a partir das reflexões sobre estudos anteriores que apontaram vários problemas no ensino guineense, sobre o qual consideramos que a metodologia é um desses grandes desafios para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem nesse país. A relevância da Formação em Sequência Fedathi foi chamar a atenção dos profissionais da área de educação e dos pesquisadores para refletirem sobre a metodologia de ensino, seja ele superior, médio e fundamental.
Já no caso da Formação em Ensino Híbrido justificou-se a sua oferta, por se constituir de uma discussão cara às instituições de nível superior, em tempos de isolamento e confinamento social, haja vista a necessidade premente de redesenhar/readaptar/transformar/delinear os seus currículos para o contexto do ensino remoto, da educação a distância e do ensino híbrido, temáticas que já faziam parte do conjunto das investigações desenvolvidas pelo Laboratório de Pesquisa Multimeios, desde o final da década de 1990 (TORRES, 2014).
Desta feita, a Sequência Fedathi surgiu como um fio condutor propício à efetivação de um percurso formativo agregador e possibilitador de descobertas autônomas e colaborativas face à temática que o Ciclo apresentou.
No link da playlist Unilab/Pósdoc, você encontrará um pouco da história que retrata esse momento da tessitura inicial da formação. Clique para assistir.
PREPARATIVOS PARA AULA INAUGURAL…
O card do convite de uma produção colaborativa que envolveu
Fortaleza/Ce/ Maciço/ Campus da Bahia/ Universidade TELUQ – Canadá
O texto do Convite enviado aos futuros participantes via email
7 – Aula Inaugural – Ciclo – Apresentação do Prof. Hermínio Borges Neto
8 – Aula Inaugural – Ciclo – Apresentação do Hino Nacional Brasileiro
Depois de trazermos para vocês uma panorâmica dos momentos iniciais desta trama, seguimos para os fios da meada, apresentando o detalhamento curricular e metodológico das formações.
